Com a ameaça da Google de se retirar da Austrália por causa de uma lei que exige que os motores de busca paguem aos editores por links para artigos de notícias, a Microsoft vê uma chance de alavancar o Bing.
O ministro das comunicações da Austrália, Paul Fletcher, compartilhou estatísticas com o The Guardian mostrando que o Google domina o mercado de busca do país com uma participação de cerca de 93%, tornando a ameaça um problema significativo para os australianos que dependem do mecanismo de busca. Mas o ministro enfatizou que outros buscadores como Microsoft e DuckDuckGo estavam dispostos a trabalhar com as taxas de link planejadas pelo governo em uma entrevista à Australian Broadcasting Corporation (ABC):
A Microsoft, uma gigante corporação americana, uma potência de tecnologia da informação, está significativamente interessada na oportunidade de mercado na Austrália, caso a Google opte por retirar sua presença em buscas na Austrália. [...] O CEO da Microsoft entrou em contato com o primeiro-ministro e propôs uma reunião, acompanhado por executivos seniores, pude participar dessa reunião e tivemos uma discussão muito informativa sobre o interesse da Microsoft no mercado australiano. No momento, eles têm uma pequena participação no mercado de pesquisa, mas estão interessados em expandir isso, eles estão interessados em desenvolver a presença do Bing aqui.
A posição da Google sobre o assunto permanece clara: a empresa vê a capacidade de linkar livremente entre sites como um princípio fundamental da web aberta e não quer mudar para o código que mudaria essas regras. O primeiro-ministro Scott Morrison respondeu anteriormente que o governo não responderia a ameaças e que corporações como a Google não estavam em condições de fazer cumprir as regras no país.
Parece que a Austrália vai se sair bem com a lei proposta. Isso estabeleceria uma precedência para outros governos, e ainda não se sabe se a Google realmente pode se dar ao luxo de deixar mais e mais mercados se leis similares de vinculação circularem em todo o mundo. Parece que a Internet está se tornando cada vez mais definida e confinada por fronteiras nacionais, o que é uma pena.
fonte: Android Police via The Guardian