terça-feira, 7 de setembro de 2010

A nossa sociedade e a crise de autoridade em que vivemos: o futebol em questão!

E novamente se repete a cena, um jogador de futebol querendo ser mais do que o seu próprio técnico. Neste ultimo fim de semana, Rogério Ceni, do São Paulo deu palpites ou mandou que dois reservas se aprontassem para entrar em jogo. No primeiro semestre, Paulo Roberto Ganso, do Santos não acatou a ordem de seu técnico e não aceitou ser substituído no jogo final da decisão do Campeonato Paulista.

Em ambos os casos, toda a mídia exaltou a atitude desses jogadores, no caso do Ceni, o fato de completar hoje 20 anos no São Paulo e de nunca ter saído do clube, e no caso do Ganso, o fato de um garoto de 20 anos ter personalidade e chamar sempre o jogo para si.

Hellooo!!! Sério, Se eu fosse um dos técnicos em cada situação, eu pegava o meu boné e ia embora. Onde está a autoridade? Onde está a hierarquia? Por isso, mesmo não gostando do Dunga, eu aplaudi sua sinceridade e sua coerência. Perdendo ou ganhando, é isso que faz ele ser um profissional de verdade.

Na verdade, estamos vivendo numa crise de autoridade, onde qualquer um se "acha" no direito de fazer o que quer sem se importar com quem está no posto acima, com quem realmente manda ou é superior. E isso reflete na segurança, onde os policiais perderam sua autoridade, por conta dos direitos humanos e na educação, onde o sistema, a legislação educacional simplesmente minou a autoridade do professor com a malfadada progressão continuada

Meu stress vem do fato de eu ficar esmurrando muito em ponta de faca, o fato de eu querer trabalhar e a grande maioria dos alunos não quererem isso. Muitos colegas meus se rendem à isso, e eu também deveria, mas não consigo. No dia em que um aluno mandar ou ordenar sobre o que eu devo fazer em classe, pego o meu boné e fico em casa. Porra, eu sou o professor, a autoridade em sala de aula, assim como um técnico de futebol é uma autoridade em um time de futebol.

É por isso que quem tem esse posto tem que ter ganhos maiores. Parece que hoje a autoridade está ligado ao salário. Duvido que os dois jogadores em questão, fariam isso com o Luis Felipe Scolari ou o Wanderley Luxemburgo, por exemplo. Os caras seriam suspensos na hora. Não importa se você tem razão ou não, existe hierarquia e você deve obedecê-la e ponto final.

Tanto um técnico de futebol quanto um professor devem ser abertos à sugestões e ao diálogo, devem ser o mais democráticos possíveis, mas nunca ceder às pressões. Suas palavras são as últimas. Eles são autoridades e decidem fazer o que é melhor. São pagos para isso.

Em tempo, Rogério Ceni é um grande goleiro e o Ganso, um excelente jogador, gostaria de tê-los no meu time, mas existem limites, e eles, por mais craques que sejam, extrapolaram feio. Eles e qualquer outro jogador não tem o direito de passar por cima de seus comandantes, por mais talentosos ou influentes que possam ser. Infelizmente nossa sociedade ameniza e passa a mão na cabeça, por serem ídolos, podem fazer o que quiserem. Mas não é assim que devem se portar não.

Gente, autoridade não é autoritarismo! É hierarquia!
Terminando, parabenizo o Rogério Ceni pelos seus 20 anos no São Paulo. Coisa rara hoje em dia nesse futebol que se tornou um grande negócio. Um verdadeiro exemplo de amor ao clube, que transcende dinheiro e status, e isso sim, faz de um jogador um verdadeiro ídolo! Um verdadeiro profissional!
Obs.: Sou corintiano mas não sou burro!

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