Como é difícil hoje um professor atingir um aluno, no sentido de despertar o prazer de aprender ou de mostrar a importância do conhecimento em nossas vidas.
Nossos jovens são muito alienados e não possuem objetivos de vida. Dizem que são contestadores, mas não no sentido de idéias, e sim contra certas coisas estabelecidas, como não usar celular ou qualquer outro aparelho eletrônico em sala de aula, ou até mesmo de sentarem de costas para o professor. Eles acham isso uma coisa normal e reclamam quando a gente tenta colocar a classe em ordem. Por serem jovens, acham que o mundo tem que girar em torno deles. Que a escola e o professor têm que se adaptar a eles. Está muito difícil mobilizar o grupo no sentido de um objetivo em comum. Eles são contra todas as regras estabelecidas, não possuem limites e só querem saber de seus direitos. Culpa de quem? Pode ser da mídia, do governo, da família, ou seja, de todos nós. Ninguém mais está cumprindo o seu papel, espera-se sempre que o outro resolva todos os problemas.
Divulgando em sala de aula o Blog Action Day, falando dos problemas que assolam o planeta ou dos perigos da utilização de certos aparelhos, coisas que são atuais, só encontro má vontade e repulsa. Um aluno me perguntou: Tá, entro no seu blog, e o que tenho que fazer lá?
Aí eu respondi: o que você faz quando visita um site qualquer? Você não tem que ler?
E o aluno me vem com essa: “Mas precisa ler, professor?”
Nesse momento, peguei as minhas coisas e sai da sala. Tinha sido a gota d’agua. Coisas piores já tinham acontecido antes.
Não tenho mais prazer em lecionar. Hoje a profissão está muito desgastada e não vejo a luz no fim do túnel. Coisas piores virão, com certeza, pois vejo os alunos do fundamental que um dia irão ser meus e a cada ano que passa, parecem que eles pioram.
Eu realmente não sei mais o que fazer. Meu descontentamento está latente.
Sim, sinto-me um incompetente completo! Um verdadeiro palhaço dentro de uma sala de aula!
Lembrem-se: EU E OS GATOS TEMOS ALGO