fonte: The Next Web, créditos: Facebook |
Os detalhes: de acordo com o NYT, os acordos do Facebook com as fabricantes de hardware são anteriores à existência do aplicativo do Facebook. A empresa criou APIs que permitiriam que empresas como Apple ou Blackberry criassem recursos semelhantes ao Facebook. Para permitir que esses recursos funcionassem, a empresa concordou em compartilhar os dados dos usuários com as empresas.
O NYT questiona se esses acordos entram em conflito com um decreto da Comissão Federal de Comércio (FTC) de 2011 que exigia, entre outras coisas, que o Facebook “obtivesse consentimento expresso e afirmativo dos consumidores antes de promulgar alterações que sobrepõem suas preferências de privacidade”. As APIs fornecem acesso a muito mais informações do que os consumidores possam estar cientes.
Como exemplo, o escritor Michael LaForgia, que ao logar em sua conta do Facebook em um Blackberry Z10, o aplicativo Hub do smartphone recuperou informações religiosas, políticas e de relacionamento de todos os seus 556 amigos e 294.258 dos amigos de seus amigos.
O contra-argumento: O Facebook respondeu ao artigo diretamente em um comunicado de imprensa. Nele, Ime Archibong, vice-presidente de parcerias de produtos da empresa, argumenta que as duas situações são completamente diferentes:
Como essas APIs permitiram que outras empresas recriassem a experiência do Facebook, nós as controlávamos com rigor desde o início. Esses parceiros assinaram contratos que impediam que as informações do Facebook das pessoas fossem usadas para qualquer outra finalidade além de recriar experiências parecidas com o Facebook. … Isso é muito diferente das APIs públicas usadas por desenvolvedores de terceiros, como Aleksandr Kogan.
Archibong diz que as APIs foram criadas para preencher uma demanda de Facebook móvel que a empresa não poderia atender sozinha e, portanto, necessária. Ele também observou que a empresa está diminuindo essas parcerias em geral, já tendo encerrado com 22 delas.
Por que é importante: se isso tivesse acontecido antes do escândalo da Cambridge Analytica, talvez não parecesse tão sombrio. Se você usa o Facebook e, digamos, um produto da Apple, provavelmente tem uma confiança intrínseca nas duas empresas - mais do que eu diria que a maioria tinha no desenvolvedor de um questionário no Facebook. Archibong também apontou que os acordos do Facebook com as empresas foram criados para evitar o uso indevido, e a empresa não sabia de nada.
Por outro lado, dizer que "criamos essas APIs para preencher uma necessidade pública" não refuta exatamente a noção de que essas APIs compartilham mais do que a quantidade usual de dados privados com empresas.
Ainda não foi provado se o Facebook realmente violou o decreto de consentimento do FTC. A Comissão confirmou no início deste ano que estava conduzindo uma investigação não pública sobre a empresa após Cambridge Analytica.
fonte: The Next Web