sexta-feira, 30 de março de 2007

Hipocrisias Crentísticas II

Essa é recente e aconteceu comigo dentro de um ônibus. Lá estava eu cabeludo, todo de preto, como manda o figurino metaleiro. Sentei-me ao lado de uma velha e que pela vestimenta, era uma crentuxa. A mulher quando me viu indo na direção dela e sentando, parecia que ia ter um ataque do coração, a mulher se encolheu toda e começou a rezar baixinho, aquelas baboseiras que só os crentuxos sabem de cor
Eu já estava me sentindo incomodado e meio sem jeito. A minha aparência deve ter despertado na velha o horror!
Quando o ônibus parou no ponto de um conjunto residencial aqui do Bairro, começou a entrar alguns alunos meus, que imediatamente me viram e começaram a gritar Cidão, teacher e coisas do gênero. Teve duas alunas que chegaram perto de mim e me presenteou com beijinhos.
E a velha crentuxa? Bem, quando ela viu que eu não era o enviado do demônio que ela estava pintando, deu um suspiro e se aconchegou no banco de tal maneira que parecia que um fardo tinha sido aliviado. Ela parou de me olhar com aqueles olhos que tinham fitado o terror iminente e começou até dar sorrisos em minha direção. Aí nesse momento, me senti incomodado.
Aquele ditado “quem vê cara não vê coração” se encaixou perfeitamente nesse momento.

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