terça-feira, 19 de abril de 2011

Filhos, que nome dar?

Os pais devem muito tomar cuidado ao dar o nome aos seus filhos, dependendo da pérola, eles ficarão complexados para o resto da vida. Não irei aqui discutir nomes engraçados ou estrangeiros que são aportuguesados(que são terríveis), mas sim, os nomes religiosos!

Vou-me tomar como exemplo! Meu nome é Aparecido José do Rosario (sim, eu não me escondo com medo da exposição, estou pouco ligando com isso. Eu dou a cara para bater, se você gostar, ok, se não, lembra aquele verbo que começa com a letra F e é um palavrão? Preciso dizer mais?). Pois bem, o sobrenome vem da minha mãe, como meu verdadeiro pai nunca me reconheceu, ficou o dela, esse sim, veio do meu avô, que era português. Rosário é um nome religioso, e remete à uma devoção católica, uma oração, uma coroa de rosas!

O José, com certeza veio em homenagem ao marido da Virgem Maria, mãe de Jesus, que se engravidou de uma maneira estranha, mas se o José aceitou, quem sou eu para criticar?

Já o Aparecido, vem com certeza também é em homenagem à aparição da Virgem Maria. O que leva a crer que a minha mãe era uma devota ferrenha da Nossa Senhora Aparecida! Pronto Cidão, descobriu a roda! Sinto que fui trollado pela minha mãe...

Só que ela nunca soube o quanto isso me incomodou e incomoda até hoje, e vai me incomodar até a minha morte. Eu rejeito qualquer tipo de religião e esse nome me perturba. Quando era mais jovem, pensei até em mudá-lo, mas as dificuldades eram imensas, primeiro que a mudança só pode ocorrer se o nome em questão constrange a pessoa perante às outras, o que não acontece comigo, pois numa sociedade que admite a religiosidade, meu nome é aceito. E ainda falam que estou endemoniado por pensar assim. Segundo, é que o sobrenome se mantém, ou seja, nunca me livrarei do Rosário, e terceiro, custa muito dinheiro, porque tem que contratar um advogado (E vocês bem sabem que os advogados adoram esvaziar os seus bolsos!).

Logo, terei que conviver com esse carma pro resto da minha vida. Sim eu odeio o meu nome, pois ele remete à algo que nunca irei aceitar e nunca irei crer.

Dá vontade de encher de porrada toda vez que uma pessoa ao ler o meu nome fala que eu devo ser uma pessoa iluminada por Deus ou que eu deva ser devoto de Nossa Senhora Aparecida. Se ela soubesse quem realmente eu sou e o que eu penso, ficaria aterrorizada e se recolheria na insignificância de seu ser.

Os pais devem repensar os nomes que irão dar aos seus filhos, ter religião ou não deveria ser um direito da pessoa, e tentar colocar nela as suas expectativas é uma coisa doentia. Você não cria os seus filhos para você mesmo e sim, para o mundo. Você deve orientá-los a seguir sempre o caminho correto, mas nunca deve impor as suas crenças, nem gravar numa certidão suas convicções religiosas. Eles, após uma certa idade, é que tem que decidir qual o caminho a trilhar, e você como pai e/ou mãe, deve apoiar, mesmo que suas expectativas tenham falhadas.

Juro que preferia ter qualquer outro nome, seja Um Dois Três de Oliveira Quatro, ou Comigo é Nove na Garrucha Trouxada, ou Flávio Cavalcante Rei da Televisão, ou Simplício Simplório da Simplicidade Simples, do que ter esse maldito nome religioso.

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